terça-feira, 17 de agosto de 2010

Eu, não, sei


Eu sou o anonimato.
E tudo que preenche se chama distância.
Neste quarto trancado sou o mar, o seco, o médio e o inteiro, o canto esquerdo e desafinado, a cinza, o sangue, o óleo, o arvoredo, a saliva, o grito de desespero; sou livre, sou livre, mais livre do que muitos lá fora que caminham sobre a terra.
Xingo tua regra, mas respeito sua opinião.
Me exploro intensamente porque sei que meu lado inútil vomita o segredo das minhas razões.
Tanto medo que sinto de muitos não perceberem a alegria insatisfeita, a crítica imperfeita, e aquela forma passada que está sendo usada no seu presente como fruto de ordens clonadas e demolidoras.
Um brinde ao meu fim.

Vozes e respiração: André Borges
Guitarra: Elivan

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